Alguns produtos, mesmo se utilizados seguindo as orientações expressas do fabricante, podem prejudicar seus consumidores e pessoas próximas a eles (terceiros) – são os chamados impactos pessoais. Podem ainda afetar a sociedade de maneira mais ampla – nesse caso são chamados de impactos difusos. Esses prejuízos se configuram como danos à integridade física e/ou psicológica. Por exemplo, certos produtos utilizados ou consumidos de forma generalizada podem aumentar a incidência de doenças crônicas de origem comportamental na população, ou seja, relacionados aos hábitos e costumes da sociedade. Alguns exemplos dessas doenças são a obesidade, a hipertensão, o aumento do nível de colesterol e suas consequências para o sistema vascular e cardíaco. Isso reduz a qualidade de vida das pessoas, podendo até causar a morte. Outros exemplos são os produtos da indústria tabagista; as bebidas alcoólicas; as armas e os derivados de combustíveis fósseis, cuja queima gera substâncias nocivas à saúde e contribui com a intensificação do efeito estufa e o agravamento das mudanças climáticas.
As empresas comprometidas com a sustentabilidade devem adotar, por princípio, uma postura de não prejudicar as pessoas, a sociedade e o meio ambiente. É possível que nem todos os riscos e os impactos negativos dos produtos sejam conhecidos 'desde sempre', mas cabe às empresas se engajar com seus clientes, consumidores, colaboradores e a sociedade para identificá-los. Para isso as empresas devem realizar testes com seus produtos e, caso haja dúvidas quanto aos possíveis impactos, devem tomar uma atitude cautelosa seguindo o Princípio da Precaução. Uma vez mapeados, as empresas devem em primeiro lugar, comunicar claramente a existência desses riscos e impactos para que o próprio usuário possa fazer uma escolha consciente e se proteger. Nesse sentido, a empresa deve realizar, promover ou apoiar a realização de pesquisas que ajudem a identificar e comprovar a existência ou não de riscos e impactos pessoais ou difusos. Uma vez comprovados, a empresa deve ter uma postura proativa no sentido de continuamente alertar e educar seus usuários, e ir além, adotando uma estratégia no sentido de reduzir gradativamente a participação desses produtos no seu portfolio e substituí-los por outros de menor risco e impacto negativo.
As empresas devem ainda observar a existência desses produtos não apenas no seu portfolio, mas ficar atentas também à sua cadeia de valor e considerar o portfolio de empresas que elas possam investir ou financiar.
Perguntas do questionário ISE relacionadas ao tema
Desempenho das empresas em indicador relacionado ao tema