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Adaptação às Mudanças Climáticas
O aquecimento global causado pela emissão de gases de efeito estufa (GEEs) não se manifesta apenas como períodos de maior calor: na verdade, seu efeito é o aumento da quantidade e intensidade de eventos climáticos extremos. São grandes enchentes e secas causadas pela má distribuição de chuvas, invernos e verões especialmente rigorosos, fortes furacões e tornados, e rápidas mudanças nos padrões regionais de clima. A adaptação às mudanças climáticas visa avaliar e prevenir os riscos e perdas que essa situação pode trazer para as pessoas, empresas e governos.
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Água
Água é um recurso essencial para a vida. Esse fato é óbvio quando uma pessoa lembra da água para beber, cozinhar e cuidar de sua higiene diária, mas a coisa não para por aí. Na verdade, o maior volume da água consumida pelas sociedades modernas está nos processos produtivos, que acontecem longe dos nossos olhos. Para cada litro de água que vemos ser usado, correspondem milhares de outros, consumidos desde a produção agrícola até o tratamento dos resíduos, passando ainda pelo transporte, industrialização e distribuição.
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Avaliação de Impactos
A produção de bens e serviços é essencial para o bem-estar da sociedade e move a economia, gerando muitos benefícios. Mas essas atividades geram também impactos e riscos para comunidades e o meio ambiente, que precisam ser cuidadosamente considerados, para que os benefícios de uns não resultem em perdas para outros. A identificação de riscos socioambientais e avaliação de impactos são processos trabalhosos, mas fundamentais para evitar que danos irreversíveis ocorram e para permitir uma justa distribuição de custos e benefícios.
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Cadeia de Valor
Por trás da simples compra de um produto estão processos extensos, formando os elos de uma corrente, conhecida como cadeia de valor. Por exemplo, o produto chega pelo varejista, que o recebeu do distribuidor, que o comprou da fábrica, que recebeu a matéria prima do produtor, que dependeu, em última instância, da natureza. Já o consumidor, após utilizar o produto, gera resíduos que, se devidamente coletados e tratados, podem retornar ao processo produtivo, criando o ideal de uma economia circular. Junto com esses processos flui o valor, recebido, criado ou transmitido por cada ator envolvido.
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Cidadania Empresarial
A cidadania empresarial abrange dois conceitos bem diferentes, mas que muitas vezes são confundidos, gerando percepções e expectativas incorretas tanto para as empresas como para suas partes interessadas. Um conceito é a responsabilidade social: a expectativa de que uma empresa, além de cumprir a lei, entregue com qualidade tudo que se comprometeu a fazer e aja para que quaisquer impactos negativos decorrentes de suas atividades sejam eliminados ou compensados. Outro conceito é o investimento social privado, em que a empresa contribui voluntariamente com projetos e atividades fora de seu negócio, visando gerar benefícios para a sociedade e, em alguma medida, também para si mesma.
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Combustíveis Fósseis
Ao longo de muitos milhões de anos, nosso planeta foi recebendo e acumulando energia do sol, transformada em carbono pelos seres vivos do passado e armazenada nas rochas subterrâneas sob a forma de carvão, petróleo e gás. Essa enorme quantidade de combustíveis fósseis ficou à disposição da humanidade, que há algumas centenas de anos aprendeu a usá-la, e com isso viabilizou o desenvolvimento da sociedade e dos produtos que desfrutamos hoje. Esse uso intensivo, porém, pode provocar mudanças climáticas, poluição e outros problemas.
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Compromisso com o Desenvolvimento Sustentável
Comprometer-se publicamente com a construção de um mundo mais sustentável para as presentes e futuras gerações não é algo trivial para uma empresa. Se levada a sério, a implementação de alguns compromissos públicos pode lhe trazer grandes implicações operacionais, mercadológicas e econômicas. Por outro lado, ao assumir tais compromissos, a empresa cria expectativas em muitas de suas partes interessadas (também conhecidas como stakeholders). Falhar no compromisso e frustrar essas expectativas pode gerar perdas importantes em sua imagem, credibilidade, valor e resultados.
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Condições de Trabalho
A sustentabilidade não se limita às questões da natureza: ela também é importante no contexto profissional, representada por ambiente e condições de trabalho adequadas, tanto sob o ponto de vista da saúde e segurança do trabalhador quanto dos termos de contratação e respeito aos direitos de todos os empregados - diretos ou terceirizados. Além da manutenção de canais livres para representação dos trabalhadores e de diálogo com a empresa, a valorização da diversidade e o cumprimento de obrigações legais e de compromissos voluntários ajudam a garantir a qualidade dessa importante relação.
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Conduta Ética
Não fazer aos outros o que não deseja que façam a você, e agir desse modo mesmo que ninguém esteja olhando, são alguns preceitos básicos da conduta ética, esperada de cada pessoa individualmente e, também, de organizações complexas, como as grandes empresas. Infelizmente, é sabido que isso nem sempre acontece, sendo necessária a criação de mecanismos para combater a corrupção sob todas as suas formas, e também a adoção de práticas e processos que incentivem e apoiem a boa conduta de todos os integrantes da empresa, e daqueles com que ela se relaciona.
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Consumo Consciente
O consumo é condição essencial à vida, mas ao longo do século XX foi indiscriminadamente usado como combustível do crescimento econômico, se degenerando em consumismo: aquela situação onde as pessoas vivem para consumir, ao invés de consumir para viver. Essa situação distorcida gera frustração, desumaniza as pessoas, agrava desigualdades e coloca em risco o próprio futuro da Humanidade, pelo uso excessivo de recursos e desperdício. Priorizando o bem-estar e o bem-viver, a educação para a sustentabilidade e o consumo consciente buscam recolocar as coisas no lugar.
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Desenvolvimento Limpo
A poluição ambiental já foi vista como consequência inevitável do desenvolvimento, ou mesmo como um sinal de progresso. Essa é uma idéia ultrapassada: hoje se reconhece que o objetivo da sociedade - necessário, possível e desejável - deve ser a combinação entre prosperidade material, bem-estar social e preservação ambiental. Para isso, sistemas de prevenção e controle ambiental precisam ser desenvolvidos e implementados, garantindo um ambiente saudável tanto nas cidades quanto fora delas. Coleta e tratamento de esgotos e resíduos são parte essencial do desenvolvimento limpo.
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Desenvolvimento Local
Além de ser um objetivo amplo, de toda a sociedade, o desenvolvimento sustentável também se reflete em territórios específicos, nos lugares em que as pessoas efetivamente vivem e produzem, traduzindo-se em desenvolvimento local. Pela complexidade dos processos produtivos e econômicos, muitas vezes as necessidades e interesses de uma parte da sociedade podem causar impactos - tanto positivos como negativos - em locais próximos, ou mesmo distantes, de sua operação. Por esse motivo, é essencial que existam, em cada território, processos e espaços para discussão e negociação das agendas públicas.
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Direitos Humanos
Os direitos humanos são um elemento fundamental para construção de um mundo inclusivo, justo, próspero e sustentável. São direitos essenciais, que se aplicam a todos e que, ao mesmo tempo, reconhecem e respeitam a diversidade humana. Estão presentes nas mais variadas situações do cotidiano: nas relações de trabalho, na ação das empresas e do Estado, e no relacionamento das pessoas entre sí e em seus diferentes grupos. Espera-se que as empresas não apenas respeitem os direitos humanos, mas também que os protejam e promovam, por meio de suas ações e das iniciativas que apóiam.
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Ecoeficiência
Usar da melhor forma possível os recursos disponíveis é uma das mais importantes atitudes para garantir que, hoje e no futuro, possamos todos desfrutar das facilidades e confortos conquistados pelo desenvolvimento tecnológico e econômico. A ecoeficiência é resultado dessa atitude, e depende de esforços tanto das empresas como dos consumidores e do governo. Exemplos disso são os sistemas de certificação e a oferta de produtos que, além de usar melhor recursos como água e energia, tenham longa vida útil e gerem poucos resíduos, que possam, finalmente, ser reciclados.
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Energia
Estamos continuamente imersos na energia, rodeados por ela em todos os momentos. Ela está na luz do sol, no movimento dos ventos, nos alimentos que nos nutrem e no calor de nossos corpos. A energia está também na eletricidade e nos combustíveis que movem e animam nosso cotidiano. Entretanto, para chegar a essas formas práticas e utilizáveis economicamente, são necessários complexos processos produtivos e administrativos, com vantagens e desvantagens muito variadas, e que geram impactos de enorme importância. Pensar sobre a origem da energia que utilizamos é uma atitude essencial.
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Estratégia
Hoje muitas empresas desejam ser reconhecidas como sustentáveis, pois percebem que esse será um fator chave para seu sucesso nos próximos anos. Mas para que esse reconhecimento seja efetivo e saudável, para a empresa e a sociedade, é preciso ir além das aparências, e incorporar a sustentabilidade como parte integrante da estratégia empresarial. Somente assim será possível alinhar as pessoas, produtos e processos da empresa aos princípios do desenvolvimento sustentável, transformando em realidade os compromissos assumidos.
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Governança e Transparência
Escolher estratégias, tomar decisões, cuidar para que sejam implementadas e verificar se os resultados esperados foram atingidos não é uma tarefa simples, especialmente para grandes organizações, como as empresas de capital aberto. Quanto maior o porte de uma organização ou a magnitude dos impactos de suas ações e decisões sobre a sociedade, maior a expectativa de que sua governança seja exercida com responsabilidade e transparência, seguindo as melhores práticas. Com isso, as partes interessadas tem mais condições de avaliar seu comportamento e, se necessário, cobrar mudanças.
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Inovação para Sustentabilidade
A inovação para sustentabilidade não se limita a produtos e serviços mais modernos, com design e funções mais avançadas e a preços menores. Um exemplo é a convergência digital, que combina benefícios ambientais, sociais e econômicos. São novos equipamentos e serviços, que oferecem mais funções usando menos recursos, ao mesmo tempo em que abrem janelas para um mundo melhor, gerando inclusão social pela conectividade, senso de pertencimento, acesso à informação e abertura de novas possibilidades de ocupação e renda, muitas vezes ligadas à solução de desafios socioambientais.
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Investimento e Gestão Mais Sustentáveis
Investidores atentos já sabem que, à medida em que a sociedade requer soluções mais sustentáveis para suas necessidades, aumentam as chances de sucesso das empresas com gestão mais sustentável que, assim, tornam-se mais atrativas e capazes de obter capital em melhores condições. Quarto índice desse tipo no mundo, o ISE - Índice de Sustentabilidade Empresarial da BM&FBOVESPA - foi criado em 2005, com o objetivo de sinalizar para os investidores as empresas mais alinhadas com a sustentabilidade e, assim, motivar as demais a aprimorar suas práticas, buscando integrar a carteira do ISE.
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Mitigação das Mudanças Climáticas
A produção e consumo de muitos dos bens e serviços que usamos tem uma consequência indesejada: a emissão de gases causadores do efeito estufa (GEEs), ou seja, de poluentes que se acumulam na atmosfera e podem provocar mudanças no clima. Reduzir a emissão desses gases, e mesmo retirá-los do ar, é um desafio crucial para nossa geração. Trata-se da mitigação das mudanças climáticas: um esforço global para construir mecanismos econômicos, políticos, tecnológicos e comportamentais que mantenham num nível seguro a concentração de GEEs.
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Os Seis Capitais
Para construir um mundo sustentável, dinheiro só não basta: são necessários também outros tipos de recursos, compondo os chamados Seis Capitais. As mais recentes metodologias de gestão, como a adotada na proposta do Relato Integrado, reconhecem que, para ter sucesso duradouro, a sociedade - incluindo empresas e outras organizações - precisa valorizar não só o capital financeiro e o manufaturado, mas também os capitais intelectual, humano, social e de relacionamento, e natural, inclusive em seus aspectos imateriais, intangíveis e não monetizados.
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Privacidade das Informações
O uso massivo da internet e de outros sistemas baseados nas tecnologias de informação e comunicação facilitam a vida de todos, além de viabilizar o acesso a conhecimentos e a conexão com pessoas e organizações, a custos cada vez menores. Ao mesmo tempo em que democratiza a sociedade e dinamiza a economia, esse processo concentra nas mãos de algumas empresas (e também de governos) um gigantesco volume de dados pessoais. Isso as torna responsáveis pelo seu uso correto, evitando abusos e manipulações de qualquer natureza, e também garantindo a privacidade das informações que detém.
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Produtos e Serviços Mais Sustentáveis
Ter um estilo de vida com maior bem-estar e menor impacto sobre o ambiente natural e humano é aspiração de muita gente, e parte essencial do mundo sustentável que desejamos construir. As atitudes e escolhas de cada consumidor são essenciais para isso, mas não são suficientes: é preciso que empresas, governos e organizações sociais se empenhem em cobrar e produzir alternativas. Desestimular a oferta e uso de produtos nocivos e, ao mesmo tempo, oferecer produtos e serviços mais sustentáveis é a palavra de ordem da inovação para sustentabilidade.
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Respeito à Lei
O respeito à lei é uma premissa essencial da vida em sociedade e da construção do mundo sustentável que desejamos. Idealmente, empresas e pessoas cumprem a lei sem precisar ser forçadas a isso, motivadas pela crença de que regras justas e válidas para todos tornam a vida em sociedade mais fácil e produtiva. Nos casos, excepcionais, em que a lei for descumprida, a aplicação de penalidades funciona como motivação adicional para que todos andem na linha. Pela sua complexidade, grandes empresas devem manter sistemas ativos para prevenir falhas - intencionais ou não - no seu cumprimento legal.
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Respeito aos Direitos dos mais fracos
Em uma sociedade democrática e na economia de mercado, todos são iguais perante a lei, e livres para estabelecer contratos ou relações comerciais lícitas com quem preferirem, sem tutela ou interferência do Estado. Entretanto, há situações onde é preciso garantir uma especial proteção aos mais fracos. Casos, por exemplo, em que uma desproporção de recursos (dinheiro, informação ou outro elemento) coloca uma grande empresa em vantagem sobre o consumidor. A lei e compromissos éticos prevêm situações assim também nas relações de empresas com outros públicos, como trabalhadores e comunidades.
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Serviços Ecossistêmicos
O bem-estar desejado pela sociedade depende não só das atividades humanas, mas também de importantes condições dadas pela natureza, que muitas vezes são subestimadas ou esquecidas. A valoração e pagamento dos serviços ecossistêmicos - como a polinização, a regulagem do clima e a produção de água doce - são passos essenciais para corrigir distorções na economia e permitir que empresas e consumidores tomem melhores decisões, considerando a preservação do meio ambiente, de que todos dependemos.
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Visão de Mundo Sustentável
A visão de um mundo sustentável - onde, hoje e no futuro, todos possam desfrutar de boas condições de vida e realizar plenamente seu potencial humano, em harmonia com a natureza e valorizando a diversidade social - talvez ainda seja vista por algumas pessoas como apenas uma fantasia utópica. No entanto, é reconhecido atualmente que empresas inspiradas nessa visão estão mais sintonizadas com as aspirações da sociedade, são mais inovadoras e terão maiores chances de sucesso. São expressões práticas dessa visão que o ISE busca identificar.